CUNHA, Euclides da

Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em 20 de janeiro de 1866, em Cantagalo, Rio de Janeiro. Órfão de mãe na infância, foi criado por tios e sempre demonstrou grande interesse pelos estudos. Ingressou na Escola Militar da Praia Vermelha, onde teve contato com ideias positivistas e republicanas. Participou de manifestações contra o regime monárquico, chegou a ser expulso da escola e foi reintegrado após a Proclamação da República, formando-se engenheiro militar e atuando também como jornalista. Sua maior contribuição para a literatura brasileira foi o livro "Os Sertões" (1902), resultado de sua experiência como correspondente de guerra durante o conflito de Canudos. A obra é dividida em três partes — “A Terra”, “O Homem” e “A Luta” — e combina ciência, história, sociologia e literatura. É considerada um marco do pensamento brasileiro, pois analisa a realidade do sertão e revela as contradições sociais do país. Além dessa obra-prima, Euclides escreveu ensaios como Peru versus Bolívia e À Margem da História. A vida pessoal de Euclides foi marcada por tensões e tragédias. Casou-se com Ana Emília Ribeiro, com quem teve filhos, mas o relacionamento foi conturbado. Em 15 de agosto de 1909, Euclides foi morto aos 43 anos pelo amante de sua esposa, Dilermando de Assis, em um episódio que chocou a sociedade da época. Mesmo com uma vida breve, deixou um legado duradouro como escritor, pensador e intérprete do Brasil, sendo lembrado como um dos maiores intelectuais do país.